Vamos falar sobre a hanseníase?


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Vamos falar sobre a hanseníase?

Notou alguma mancha de cor esbranquiçada, amarronzada ou avermelhada na pele? Fique atento! Pois pode ser hanseníase.

 

Talvez você nunca tenha ouvido falar sobre essa doença ou acredita que ela é de outros tempos, mas a hanseníase ainda acomete muitos brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país em números de casos da doença.

 

Os dados são alarmantes, não é mesmo? Historicamente discriminada, a conscientização sobre a Hanseníase é muito importante, por isso vamos conhecer um pouco mais sobre a doença.

O que é hanseníase

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. De evolução lenta, ela atinge predominantemente a pele, mas pode afetar as mucosas e nervos periféricos, como olhos, mãos e pés.

 

A transmissão da doença ocorre através das vias aéreas, do contato com secreções nasais ou gotículas de saliva eliminadas na fala, espirro ou tosse. Para o contágio, é necessário um longo período de exposição à bactéria, mantendo uma convivência prolongada e próxima com a pessoa infectada sem tratamento. Mas vale lembrar que, mesmo exposto à doença, nem todos a desenvolve.

Sintomas

A hanseníase apresenta um longo período de incubação, com isso, seus sintomas podem demorar a aparecer, podendo manifestar-se depois de meses ou até anos.

 

De forma geral e dependendo do estágio da doença, alguns dos sintomas da hanseníase são:
• Manchas brancas, avermelhadas ou amarronzadas na pele, com alteração na sensibilidade à temperatura, dor e tátil;
• Comprometimento da força muscular;
• Pele ressecada;
• Fisgadas, formigamento ou dormência nos braços, pernas, mãos e pés;
• Nódulos no corpo, em alguns casos avermelhados e doloridos;
• Perda de pelos e diminuição do suor em algumas áreas;
• Irritação (sensação de ressecamento) dos olhos.

 

Importante destacar que cada organismo reage de uma forma à infecção e os sintomas podem variar.

Classificação da hanseníase

Agora, vamos conhecer as quatro formas clínicas da hanseníase. Essa classificação é feita de acordo com a quantidade de bacilos (bactérias) presentes e a progressão da doença. Assim, ela é classificada como:

 

• Paucibacilar (com poucos bacilos)
• Hanseníase Indeterminada: corresponde à fase inicial da doença. Apresenta única ou poucas manchas na pele, de cor mais clara e sem contornos definidos, bem como diminuição da sensibilidade.
• Hanseníase Tuberculoide: também apresenta única ou poucas manchas, mas de contornos definidos um pouco elevados e ausência de sensibilidade. Nesse caso, podem ocorrer alterações nos nervos próximos à lesão.

 

• Multibacilar (com muitos bacilos)
• Hanseníase Borderline ou Dimorfa: o número de manchas é maior, atingindo grande parte do corpo e com comprometimento dos nervos.
• Hanseníase Virchowiana: corresponde ao quadro mais grave da doença. Nessa fase, já há dificuldade na identificação da pele sadia e da danificada, podendo também ocorrer nódulos e o comprometimento de outras partes do corpo.


Diagnóstico e tratamento

Em um primeiro momento, o diagnóstico da hanseníase é realizado através de exame físico e dermatoneurológico (inspeção da pele e nervos periféricos). Caso necessário, é realizada a baciloscopia (coleta da serosidade cutânea) ou biópsia da lesão.

 

A boa notícia é que a hanseníase tem cura quando diagnosticada precocemente. Quanto antes detectada, mais fácil e rápido será o tratamento. É importante não negligenciar a doença, pois quando não tratada, ela pode causar lesões severas e irreversíveis.

 

Prevenção

 

Afinal, há como prevenir a hanseníase?

Não há comportamentos específicos a serem adotados a fim de evitar a hanseníase. Como o desenvolvimento da doença depende de cada organismo, mantê-lo saudável e praticar bons hábitos de higiene podem dificultar a sua evolução e adoecimento. Mas a melhor forma de prevenção é o conhecimento e a busca imediata por ajuda médica, pois assim que inicia o tratamento, a pessoa infectada deixa de transmiti-la.

 

Sempre falamos aqui sobre a importância do autocuidado e observar o próprio corpo, e com a hanseníase não é diferente. Assim, percebendo alguma alteração, não ignore e procure ajuda.