Saúde Bucal


 

A saúde bucal dos brasileiros tem sido estudada e analisada desde 1986 pelo Ministério da Saúde, por meio de levantamento epidemiológico. Dessas pesquisas resultou o projeto “SB Brasil: Condições de Saúde Bucal na População Brasileira”, em 2000.

 

Aproximadamente dois mil trabalhadores (cirur­giões-dentistas, auxiliares e agentes de saúde, dentre outros) de 250 municípios estiveram en­volvidos na realização do estudo para produzir informações sobre as condições de saúde bucal da população brasileira e subsidiar o planejamen­to/avaliação de ações nessa área contribuindo na perspectiva da estruturação de um sistema nacio­nal de vigilância epidemiológica em saúde bucal.

 

O estudo, atualizado em 2010, mostrou que quase 27% das crianças de 18 a 36 meses apre­sentaram pelo menos um dente de leite com cá­rie, e a proporção chegou a quase 60% na faixa de 5 anos. Na dentição permanente, quase 70% das crianças de 12 anos e cerca de 90% dos ado­lescentes (15 a 19 anos) apresentaram ao me­nos um dente com experiência de cárie. Entre as conclusões, a análise apontou que o declínio da cárie dentária na população infantil vem ocor­rendo de forma desigual na população brasileira.

 

Por isso, é essencial iniciar os cuidados com a hi­giene bucal desde a infância.

 

Confira algumas orientações que vão ajudar você a manter a saúde bucal e o sorriso em dia.

 

Higiene bucal

 

A higiene bucal é um componente fundamen­tal da higiene corporal das pessoas. Talvez você não saiba, mas os seus hábitos e estilo de vida impactam diretamente a saúde dos seus dentes.

 

A obesidade, por exemplo, pode aumentar o risco de doença periodontal.* Outro fator é o cigarro. Estudos revelam que os fumantes são mais propensos a sofrerem com doenças perio­dontais avançadas do que quem não fuma. Além de aumentar as chances de desenvolver uma doença gengival, fumar também torna o trata­mento muito mais demorado e complicado por dificultar o processo de recuperação.

 

Infecções bucais são comuns, mas elas também podem contribuir para dentes quebrados ou las­cados. O uso de piercing na região bucal tam­bém pode causar uma retração da gengiva que pode levar os dentes a amolecerem e caírem.

 

Apesar desses dados, o grande vilão dos dentes é o açúcar por promover o desenvolvimento de placas nos dentes. Essas placas causam acúmu­lo de ácido que desmineraliza o esmalte do den­te causando cárie. Sem tratamento, a cárie pode penetrar fundo no dente provocando dor ou, em casos mais graves, a perda do dente.

 

*Conjunto de condições inflamatórias, de caráter crônico e de origem bac­teriana, que começa afetando o tecido gengival e pode levar, com o tempo, à perda dos tecidos de suporte dos dentes.

 

Como garantir a higiene bucal?

 

 

É comum pensar que a higiene bucal é alcançada apenas como o hábito diário de escovar os dentes. A verdade é que há outros importantes fatores essenciais tais como alimentação saudável e equilibrada, uso de fio dental e visitas regulares ao dentista.

 

Siga essas dicas:

• Escove bem os dentes e use o fio dental diariamente;

• Use produtos de higiene bucal que contenham flúor;

• Adote uma alimentação equilibrada, evitando comer fora dos horários de refeição;

• Crianças menores de 12 anos que não moram em regiões onde a água não contém flúor precisam tomar suplementos de flúor ou água potável fluoretada;

• Faça uso de enxaguante bucal em casos de doença periodontal ou por recomendação do seu dentista.

 

Na hora de escovar os dentes

 

 

• Antes de iniciar a escovação passe o fio dental entre todos os dentes para tirar os resíduos de alimentos

• Escolha a escova apropriada com cerdas macias e cabeça arredondada para fazer uma limpeza mais eficaz e completa

• Coloque uma quantidade pequena de creme dental. Mais ou menos do tamanho de grão de ervilha já está ideal

• Comece pela parte da frente dos dentes em um ângulo de 45 graus fazendo movimentos circulares da gengiva à ponta dos dentes

• Escove a parte externa e interna dos dentes, além da superfície usada para mastigação

Por fim, escove a língua com a escova alinhada na horizontal para eliminar as bactérias causadoras do mau hálito.

Se o seu dentista recomendar o uso de enxaguante bucal, faça um bochecho durante 30 segundos e, em seguida, cuspa.

 

Principais doenças bucais

 

PLACA BACTERIANA - A placa bacteriana, como o nome já diz, é uma camada grudenta e incolor de bactérias que constantemente são formadas em nossos dentes e na margem gengival.

 

TÁRTARO - O tártaro é a placa calcificada ou en­durecida que se liga ao esmalte do dente e abai­xo da margem gengival. O dentista pode realizar a limpeza profissional, removendo-o dos dentes.

 

CÁRIES - A cárie é um dos problemas bucais mais comuns do mundo, que ocasiona a destruição das estruturas calcificadas dos dentes causada pelas bactérias da boca que transformam todos os ali­mentos, especialmente açúcar e amido, em ácidos.

 

GENGIVITE - É uma inflamação da gengiva, cau­sada pela placa bacteriana que pode deixar as gen­givas vermelhas, inchadas ou com sangramento durante a escovação ou uso do fio dental. Nesse primeiro estágio, a doença periodontal pode ser revertida desde que o osso e os ligamentos pe­riodontais que seguram o dente no lugar não te­nham sido afetados.

 

PERIODONTITE - Um segundo estágio da gengivite no qual o osso de apoio e as fibras que seguram os dentes estão irreversivelmente danificados. A gengiva começa a formar uma bolsa embaixo da margem gengival, que favorece o crescimento da placa bacteriana.

 

PERIODONTITE AVANÇADA - Nesse estágio mais avançado da doença periodontal, as fibras e o osso dos dentes estão sendo destruídos deixan­do os dentes moles afetando a mordida. A princi­pal causa de perda dentária entre adultos e idosos ocorre em decorrência de doenças da gengiva.

 

CÂNCER BUCAL - O câncer bucal ocorre, geral­mente, nos lábios, dentro da boca, na parte posterior da garganta, nas amígdalas ou nas glândulas saliva­res. O fumo, combinado com o excesso de bebida alcóolica, é um dos principais fatores de risco.

 

Quando detectado precocemente, o câncer bucal pode ser tratado por meio de cirurgia (para a sua remoção) radioterapia ou quimioterapia. O diag­nóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.

 

Sintomas

 

Como não é possível indicar a existência do câncer bucal apenas pelos primeiros sintomas, se faz ex­tremamente necessário visitar seu médico regular­mente, assim como o dentista alertando-os caso sinta alguns dos sinais abaixo:

 

• Ferida nos lábios, gengiva ou no interior da boca, que sangra facilmente e não parece melhorar

• Um caroço ou inchaço na bochecha que você sente ao passar a língua

• Perda de sensibilidade ou sensação de dormência em qualquer parte da boca

• Manchas brancas ou vermelhas na gengiva, língua ou qualquer outra parte da boca

• Dificuldade para mastigar ou para engolir

• Dor sem razão aparente ou sensação de ter algo preso na garganta

• Inchaço que impede a adaptação correta da dentadura

• Mudança na voz.

 

Higiene bucal em crianças de 0 a 5 anos de idade

 

 

A partir do nascimento do bebê já é preciso iniciar os cuidados com sua higiene bucal. A limpeza, no recém-nascido, deve ser realizada com uma gaze ou fralda umedecida em água limpa para remover os resíduos de leite da língua e gengivas.

 

Logo que começar a nascerem os primeiros mo­lares de leite, aos 18 meses aproximadamente, a higiene poderá ser feita com uma escova dental infantil utilizando creme dental com flúor, mas a quantidade de creme dental deverá ser do tama­nho de um grão de arroz cru.

 

A partir dos 3 anos aproximadamente a criança já é capaz de cuspir. A partir desse momento, é pos­sível utilizar o creme dental com flúor em quanti­dade normal, mas sempre deverá ser supervisio­nado para que não engula.

 

Atenção ao período de troca dos dentes

 

 

Os dentistas alertam que na dentição permanente a maioria das cáries começa pelo primeiro molar.

Por isso, recomendam que os pais ou responsá­veis complementem a escovação dessas áreas dos dentes.

 

Saúde bucal materno-infantil

 

Durante a gravidez as alterações hormonais, no corpo da mulher, deixam o organismo mais vulne­rável o que inclui a saúde bucal. O aumento da pro­dução de alguns hormônios pode facilitar inflama­ções da gengiva, principalmente quando a mulher já tem uma tendência a ter o problema. Por isso, o acompanhamento com dentista antes e durante período gestacional é essencial.

 

Pesquisas indicam que a inflamação na gengiva estimula a liberação de citoquininas e prosta­glandinas, substâncias que induzem o parto. A liberação dessas substâncias na corrente san­guínea ocasiona microcontrações na parede ute­rina, podendo levar ao nascimento de um bebê de baixo peso.

 

Daí a importância de cuidado redobrado na esco­vação, no uso diário de fio dental e no bochecho com solução fluoretada.

 

Higiene bucal para quem utiliza próteses dentárias

 

 

A limpeza das próteses removíveis é muito sim­ples e deve ser feita fora da cavidade bucal, com sabão ou pasta de dente e uma escova de dente específica para sua higiene.

 

Quem utiliza dentadura deve retirá-la e escová-la diariamente para remover os alimentos e a pla­ca dental, ajudando a prevenir manchas.

 

Antes de recolocá-la escove a gengiva, a língua e palato todas as manhãs, com uma escova de cerdas macias, antes de inserir a dentadura. Isso estimula a circulação nos tecidos e ajuda na re­moção de placa.

 

É recomendável dormir sem a prótese total, dei­xando-a sempre em um copo com água e bicar­bonato ou produto efervescente para limpeza durante a noite.

Devido ao desgaste natural, durante certo perío­do de tempo, a ponte móvel ou dentadura preci­sará ser reajustada, refeita ou recolocada.

 

Consulte seu dentista em caso de quebra, corte, rachaduras ou afrouxamento da dentadura, a fim de evitar o aparecimento de lesão causada pelo uso de prótese mal adaptada.

 

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